sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Samba Jazz

O mercado fonográfico brasileiro do final dos anos 60 já não podia mais sustentar as chatices do ye-ye-ye e da Jovem Guarda. Sua temática já havia sido massacrada, seus refrões eram absolutamente previsíveis e as construções melódica e harmônica de péssima qualidade já não faziam vender discos como antes.
O rádio perdeu muito espaço para a televisão e, como as gravadoras eram de propriedade das rádios, uma grande quantidade de artistas perdeu seu emprego. Aloísio de Oliveira foi quem fundou a gravadora mais expressiva no que diz respeito à qualidade de seu casting já existente no Brasil, a Elenco. Os maiores nomes da música na atualidade gravaram pela Elenco. Aloísio foi com muita sede ao pote e nenhuma experiência comercial ou de administração; gastou todo o dinheiro da gravadora e depois o seu próprio em menos de 5 anos.
A reunião de artistas da Bossa Nova começou a chamar a atenção no mercado interno, mas por ser classificada como elitista ela ainda não havia caído no gosto dos produtores musicais que esperavam cegamente por um substituto para a Jovem Guarda. Foi aí que o americano Sidney Frey (e pra ter esse tino pro negócio só podia ser americana mesmo!), produtor musical visionário, levou os mais expressivos nomes da Bossa Nova para uma série de shows no Carnegie Hall em New York. Na noite de estréia, em 21 de novembro de 1962, estima-se que mais de mil pessoas tenham ficado do lado de fora do teatro. E quem abriu o show foi o sexteto Bossa Rio, de Sérgio Mendes.
Sérgio Mendes é de Niteroi. Estudou piano erudito e nos anos 60 passou a tocar piano popular (que é muito mais legal!) e a apresentar-se na noite carioca. Depois da célebre noite no Carnegie Hall em 1962, teve início sua carreira internacional. O Brazilian Jazz Sextet e mais tarde o Sexteto Bossa Rio e o Brazil 66" viajaram o mundo tocando música brasileira de ótima qualidade.
Em 1963 ele lançou o disco "Você ainda não ouviu nada" com Edison Machado, Tião Neto (que tem uma longa discografia ao lado de Tom Jobim), Edson Maciel, Raul de Souza e Hector Costita. Costita é um argentino que faz parte da história da música brasileira e que é uma referência em saxofone no Samba Jazz. Fica aqui minha homenagem ao meu professor!
O disco tem músicas de Tom, Vinicius, Newton Mendonça, Moacyr Santos, J.T. Meirelles e do próprio Sérgio Mendes. A música com a qual ele mais fez sucesso fora do Brasil foi !Mas que Nada", de Jorge Benjor.
Adoro Samba Jazz, adoro Sérgio Mendes e essa é a história do nome do meu blog.


Sergio Mendes Mais Que Nada from Melegorm on Vimeo.